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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Conto dos Três Irmãos - As Relíquias da Morte


Se, como nós, você correu pela sua primeira leitura de “O Conto dos Três Irmãos” no seu caminho ao final de todos os finais, então você perdeu um grande conto (aquele que pensamos poder estar entre o melhor de Esopo). Sorte sua, você pode abrir a sua cópia de Harry Potter e as Relíquias da Morte no Capítulo Vinte e um e o ler a qualquer hora. Se você ainda não leu o livro final da série de Rowling (e que festa você tem a sua frente), você talvez não queira ler esse resumo… ainda. Se dê uma chance de ler primeiro o contexto do conto. Você não vai se desapontar.

Um grupo de três caveiras dentuças fita o leitor no topo do último dos cinco contos (oh como desejamos que houvesse dúzias mais). A caveira ao meio tem esculpido um símbolo na sua testa – uma linha vertical em um círculo, cercado por um triângulo. Os fãs vão lembrar-se deste símbolo do desenho de Mary GrandPre na primeira página do capítulo. Embaixo do texto está uma pilha de tecido, sobre a qual está uma varinha (soltando uma corrente de faíscas), e o que parece uma pequena pedra.

Esse sombrio conto sobre três irmãos, três escolhas, e três diferentes destinos pede para ser lido em voz alta — na verdade, a primeira vez que encontramos os três irmãos é quando Hermione lê o conto para Harry e Rony (e Xenofílio). Três irmãos viajando por uma estrada deserta “ao crepúsculo” (meia-noite, segundo a versão da história da senhora Weasley) chegam a um rio “traiçoeiro” que eles não podem cruzar. Bem versados em magia, eles criam uma ponte com um movimento de suas varinhas. A meio caminho eles são parados por uma “figura encapuzada”. A Morte está brava e diz aos irmãos (em um momento engraçado de Relíquias da Morte, Harry interrompe a história aqui “Desculpe, mas a Morte falou com eles?”) que eles a enganaram de “novas vítimas” já que as pessoas normalmente se afogam quando tentam cruzar o rio. Mas, a Morte é astuta e oferece uma recompensa a cada um deles por ser bastante inteligente para “escapar dela” (para aqueles interessados nos mínimos detalhes, a nossa cópia. Nosso conto de fadas favorito tem essa coisa de “escolha seu destino”—você pode aprender muito de um personagem por uma escolha, e as melhores histórias, como essa, muda completamente de rumo e termina de um modo que você nunca esperaria.

O irmão mais velho, um “homem combativo” pede a varinha mais poderosa já criada–uma varinha que ganhará cada duelo do seu proprietário, um mérito a um bruxo que “conquistou a Morte”. Então a Morte cria a varinha (fatídica) da “árvore de Sabugueiro” (capitalizado na nossa cópia) e dá-a ao vaidoso, briguento irmão. O segundo irmão, um “homem arrogante” que é determinado a evitar a Morte futuramente, pede o poder para trazer os outros da Morte. Pegando uma pedra do chão, a Morte diz ao irmão que ela tem o poder de trazer de volta da morte. O irmão mais novo, o mais humilde e sábio dos três, não “confiou na Morte” então ele pede algo que permitisse que ele partisse sem ser “seguido pela Morte.” Sabendo que ela talvez tenha sido superada em esperteza, a Morte, entrega a “sua própria” capa de invisibilidade de má vontade. A escolha de cada irmão revela muito sobre suas motivações: o irmão mais velho quer a Varinha das Varinhas para se fazer poderoso acima de todos; o segundo irmão quer ter poder acima da Morte; e o irmão mais novo quer deixar a Morte seguramente atrás dele.

[Alerta de Spoiler!] Eventualmente os irmãos pegam seus presentes e seguem caminhos separados, tendo destinos muito diferentes. O primeiro viaja a uma “certa vila” (“distante” no Livro 7) e vai ao encalço de um bruxo com quem ele já havia lutado para desafiá-lo a um duelo que ele “não iria perder”. Após matar seu inimigo, ele se retira para uma estalagem onde se exibe com a Varinha das Varinhas, como ele ganhou-a da “própria Morte”, e como ela o faz todo-poderoso. Aquela noite, um bruxo anda sorrateiramente até o irmão mais velho e rouba a varinha, cortando a garganta do irmão “por uma boa medida”. A caçada refreia, onde Rowling descreve a Morte tomando o irmão para “si própria”, ajuda tanto a ancorar a história como um conto de alerta que ensina uma lição sobre a inevitabilidade da morte. Uma das mensagens mais importantes desse conto, e desse irmão em particular, é a noção de usar o poder para o bem (aviso que Rowling segue a risca).

O segundo irmão chega a sua casa vazia, onde ele vira a pedra “três vezes sobre sua mão” (o texto no Livro 7 omite “sobre”), usando-a para “chamar os Mortos” (capitalizado na nossa cópia). Ele fica emocionado ao testemunhar o regresso da moça com a que ele uma vez quis casar, contudo ela é “silenciosa e fria” (“triste” no Livro 7) e sofre porque ela não pertence mais ao “mundo dos mortais”. Desesperado e cheio de “desejo sem esperança” o segundo irmão se mata para que ele possa juntar-se a ela, permitindo que a Morte reconquiste a sua segunda vítima.

O irmão mais novo usa a “Capa de Invisibilidade” (até aqueles que não leram o Livro 7 sabem que isso pode ser mais do que um conto de fadas afinal) para se esconder da Morte, até uma “idade muito avançada” ele a tira e a da para seu filho. Então, ele cumprimenta a Morte “alegremente” e “como um velho amigo” parte “desta vida”. Um satisfatório final para esse conto—ele ainda é um soco depois da segunda leitura. Simples, poderoso, e pungente, “O Conto dos Três Irmãos” introduz teorias sobre o uso e abuso do poder (também forte na série) e compartilha importantes mensagens sobre vida e morte. Há muitos modos dos quais este conto informa e realça sobre Harry Potter e as Relíquias da Morte (os curiosos devem reler o capítulo trinta e cinco, “King’s Cross” e discutir), mas o nosso favorito é destacado pela mensagem que o próprio Dumbledore comunica a Harry sobre a aceitação da Morte e abraçar a vida: “Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e acima de tudo, aqueles que vivem sem amor.” O irmão mais novo não tentou enganar a Morte ou fazer dano a outros com seu poder; ao invés disso, ele usou seu presente para viver simplesmente e sem medo da Morte, então no fim de uma longa e feliz vida, ele foi capaz de ir de modo disposto deste mundo.

É um testamento verdadeiro ao talento de Rowling que os seus contos de fadas transportem uma mensagem tão forte, mas nunca apareçam como sermões ou publicamente didáticos (isso vai em dobro para seus livros, e é parte por isso que eles são tão especiais). Os Contos de Beedle, o Bardo comunicam várias das mesmas lições que a série Harry Potter, e as histórias reverberam com o aviso de Dumbledore sobre a escolha do que “é certo e o que é fácil”. Se ela está avisando contra arrogância e ganância, revelando a responsabilidade que vem com o poder imenso, ou exaltando a importância de amor e fé em cada um, a imaginação ilimitada de Rowling e a habilidade na narração de histórias mantém os seus fãs leais (jovens e velhos) voltando para mais, ainda mais ansiosos para a lição seguinte.

Resenha por Daphne Durham da Amazon.com
Tradução por Raquel Monteiro (Equipe de Tradução Potterish.com)



Veja filme que a gurizada da Armada de Hogwarts fez contando a história dos três irmãos: Parte 1 | Parte 2

por: Gustavo D.

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