Potteriano é uma criatura que se denuncia facilmente quer por meio de termos que deixa escapar, quer por algum uso sui generis. No meu caso, além dos terminhos característicos, há o toque do celular (Harry Potter- prologue), quando ele toca, não raro descubro mais algum potteriano nas imediações que exclama: “Nossa! Harry Potter?”. Vou confessar, tem vez que me sinto o próprio menino bruxo quando entrou no Caldeirão Furado no Livro Um. As pessoas reconhecem e exclamam: “É Harry Potter!”. Experimente colocar o tema de abertura do filme de Harry Potter no seu celular que você terá a impressão de ter uma cicatriz em forma de raio na testa, com o bônus de que ela não irá doer nem um tiquinho.
Partindo do ponto de que potteriano que é potteriano não tem receio de assumir sua paixão pela série, resolvi comentar sobre a experiência colhida em uma de minhas últimas perambulagens virtuais. Pois bem, esbarrei com o comentário de um cidadão (noob-que-não-deve-ser-nomeado) que afirmava que todo o amor exteriorizado pelos fãs da série não passava de efeito de algo que virou moda (já falei, aqui no OG, sobre as razões que não deixam Harry Potter ser mera modinha), e que por isso todo mundo que quer estar “na moda” diz gostar, caso contrário, todos teriam muita vergonha de dizer que leu Harry Potter. Então, meus queridos colegas potterianos, o moço nos chamou de lesos, alienados, infantis e incapazes de opinião crítica, meras amebas que seguem o fluxo do modismo. Você, leitor, tem vergonha de dizer que leu, lê e lerá Harry Potter enquanto forças para esse ato você tiver? Vai renegar o mundo mágico?
Independente de parecer “coisa de momento” ou “bobagem” na opinião de quem quer que seja, eu me declaro fã da série escrita pela britânica JK, sem a menor vergonha. Harry Potter não é uma estoriazinha vazia de bruxos, varinhas e vassouras, há muita coisa para fazer sua massa cinzenta funcionar a mil e te deixar matutando por muito tempo!
Olhe o efeito dos livros na geração da segunda metade de 1990 e poderá ver o quanto a série em questão é literária e essencialmente poderosa. Algo vazio não sustenta um ritmo crescente de leitores e nem atiça um hábito de leitura voraz. Muitos dos fãs de HP aprenderam a amar leitura e a não torcer o nariz para livros volumosos depois de ler os trabalhos de Rowling. O trabalho dessa britânica vem nos lembrar o que George Lucas já tinha provado na década de 70 e 80: “a arte de uma história bem contada ainda pode ser valorizada”. O tipo de influência que conquista apreciadores pela imaginação é impressionante, e
obter sucesso nisso em um mundo objetivo e cético como o atual, é digno de louvor. Como já disse em outros artigos, irei continuar lendo e relendo, e lerei Harry Potter para as outras gerações. Defenderei a grandiosidade do trabalho, o quanto o conteúdo é proveitoso e o quanto a leitura de suas deliciosas páginas não requer idade mínima ou máxima. Ter vergonha de um livro como Harry Potter é uma espécie de não aceitação de si mesmo enquanto ser capaz de apreciar o lúdico e dele extrair aprendizado e reflexões.
O noob-que-não-deve-ser-nomeado criticou as lágrimas dos fãs no RDM² taxando-as de “vergonhosas”, posto que você, eu e mais uma legião de leitores ávidos da série, convulsionamos chorando oceanos no cinema por seres fictícios – “Se Fosse um Marley e eu, vá lá, mas personagens fictícios?”. Nada contra o Marley, mas com base nessa afirmação ninguém mais assistiria filmes fictícios, pois saberia que estaria fadado a não se encantar com nenhum personagem (são fictícios, bolas!). A indústria cinematográfica e literária só envolveria emocionalmente o público se apostasse numa “história real”. Seria um bom argumento se não fosse o fato de que o que envolve o ser humano, nem sempre é o concreto, mas o campo das possibilidades. Eu não quase tive um infarto com o bote de Nagini em Snape porque era real, mas porque poderia ser e, se fosse, eu estaria chorando rios e chorei, poxa! Não tenho vergonha de assumir! Você chorou também? Não tenha vergonha disso, você se envolveu com o personagem, captou o “real” por trás do faz-de-conta e se permitiu sentir algo mais forte a respeito, você não é fraco ou tolo por isso.
O noob não satisfeito em chamar de bobos eu, você e mais a torcida do seu time favorito de quadribol, disparou: “Fico pensando nessas pessoas que CRESCERAM com HP e hoje são adultas. (...) Daqui 10 anos, quando esses ‘adultos’ tiverem já se casado e com filhos, veremos se a vergonha tomará suas almas”. Protego!!!! Vai jogar azaração assim na barra da veste do Voldemort!
Muitos leigos no assunto HP não conseguem compreender por que os potterianos são tão apaixonados e respeitam tanto o trabalho de JK Rowling. Antes de ler Harry Potter, eu não tinha ideia do que de tão espantoso um livro infanto-juvenil volumoso e sem ilustrações teria para encantar tantas pessoas, então peguei meu bilhetinho e embarquei no Expresso de Hogwarts e foi uma experiência fantástica da qual não me arrependo. Já não sou mais a criança que pegou o Harry Potter e a Pedra Filosofal e devorou avidamente, se obrigando a largar só nas horas da alimentação para correr para as páginas ainda mastigando o último bocado de comida. Cresci, assim como milhares mundo a fora, e como essa legião espalhada por aí, não esconderei que li a saga e que gosto dela. A inocência, o encanto e a alegria dos livros que foram crescendo, amadurecendo junto com o leitor, já estão sendo transmitidos através das gerações, isso é inegável.
É, meu amigo... nós nos tornamos adultos, mas o encanto da nossa infância perdurará nos nossos filhos, tornando-o eterno. É essa perpetuação da magia contida nas páginas que conta as aventuras de um menino bruxo, que faz valer à pena chegar à fase adulta com mente amadurecida, mas com a magia da infância queimando viva em nossas almas. Sim, é fantástico saber que nossos filhos e sobrinhos terão acesso a uma infância tão mágica e amigos tão fiéis quanto os que a saga nos trouxe.
Quem cresceu com o mago Harry Potter, entrou e saiu da adolescência e passou para a fase adulta junto dele, não deve ter vergonha disso, pois teve uma experiência magnífica de mais de uma década, que poderá guardar para sempre. Fictícios ou não, com o último filme, nos despedimos dos nossos amigos do mundo mágico, conscientes de que poderemos revê-los quando desejarmos. Então, não foi aquele adeus por conta do qual muitos tiveram crise depressiva, foi e tem sido um: “até logo, galera e até a próxima grande aventura!”.
Coluna de Aline Freitas
obter sucesso nisso em um mundo objetivo e cético como o atual, é digno de louvor. Como já disse em outros artigos, irei continuar lendo e relendo, e lerei Harry Potter para as outras gerações. Defenderei a grandiosidade do trabalho, o quanto o conteúdo é proveitoso e o quanto a leitura de suas deliciosas páginas não requer idade mínima ou máxima. Ter vergonha de um livro como Harry Potter é uma espécie de não aceitação de si mesmo enquanto ser capaz de apreciar o lúdico e dele extrair aprendizado e reflexões.
O noob-que-não-deve-ser-nomeado criticou as lágrimas dos fãs no RDM² taxando-as de “vergonhosas”, posto que você, eu e mais uma legião de leitores ávidos da série, convulsionamos chorando oceanos no cinema por seres fictícios – “Se Fosse um Marley e eu, vá lá, mas personagens fictícios?”. Nada contra o Marley, mas com base nessa afirmação ninguém mais assistiria filmes fictícios, pois saberia que estaria fadado a não se encantar com nenhum personagem (são fictícios, bolas!). A indústria cinematográfica e literária só envolveria emocionalmente o público se apostasse numa “história real”. Seria um bom argumento se não fosse o fato de que o que envolve o ser humano, nem sempre é o concreto, mas o campo das possibilidades. Eu não quase tive um infarto com o bote de Nagini em Snape porque era real, mas porque poderia ser e, se fosse, eu estaria chorando rios e chorei, poxa! Não tenho vergonha de assumir! Você chorou também? Não tenha vergonha disso, você se envolveu com o personagem, captou o “real” por trás do faz-de-conta e se permitiu sentir algo mais forte a respeito, você não é fraco ou tolo por isso.
O noob não satisfeito em chamar de bobos eu, você e mais a torcida do seu time favorito de quadribol, disparou: “Fico pensando nessas pessoas que CRESCERAM com HP e hoje são adultas. (...) Daqui 10 anos, quando esses ‘adultos’ tiverem já se casado e com filhos, veremos se a vergonha tomará suas almas”. Protego!!!! Vai jogar azaração assim na barra da veste do Voldemort!
Muitos leigos no assunto HP não conseguem compreender por que os potterianos são tão apaixonados e respeitam tanto o trabalho de JK Rowling. Antes de ler Harry Potter, eu não tinha ideia do que de tão espantoso um livro infanto-juvenil volumoso e sem ilustrações teria para encantar tantas pessoas, então peguei meu bilhetinho e embarquei no Expresso de Hogwarts e foi uma experiência fantástica da qual não me arrependo. Já não sou mais a criança que pegou o Harry Potter e a Pedra Filosofal e devorou avidamente, se obrigando a largar só nas horas da alimentação para correr para as páginas ainda mastigando o último bocado de comida. Cresci, assim como milhares mundo a fora, e como essa legião espalhada por aí, não esconderei que li a saga e que gosto dela. A inocência, o encanto e a alegria dos livros que foram crescendo, amadurecendo junto com o leitor, já estão sendo transmitidos através das gerações, isso é inegável.
É, meu amigo... nós nos tornamos adultos, mas o encanto da nossa infância perdurará nos nossos filhos, tornando-o eterno. É essa perpetuação da magia contida nas páginas que conta as aventuras de um menino bruxo, que faz valer à pena chegar à fase adulta com mente amadurecida, mas com a magia da infância queimando viva em nossas almas. Sim, é fantástico saber que nossos filhos e sobrinhos terão acesso a uma infância tão mágica e amigos tão fiéis quanto os que a saga nos trouxe.
Quem cresceu com o mago Harry Potter, entrou e saiu da adolescência e passou para a fase adulta junto dele, não deve ter vergonha disso, pois teve uma experiência magnífica de mais de uma década, que poderá guardar para sempre. Fictícios ou não, com o último filme, nos despedimos dos nossos amigos do mundo mágico, conscientes de que poderemos revê-los quando desejarmos. Então, não foi aquele adeus por conta do qual muitos tiveram crise depressiva, foi e tem sido um: “até logo, galera e até a próxima grande aventura!”.
Coluna de Aline Freitas
por Gustavo D.
Quem é Marley?
ResponderExcluirMuito bom o texto, muito mesmo, mas assim, quem é esse cabeça de titica que falou essas paradas?
Eu já tenho filha, já sou adulto (em idade pelo menos) e já era adulto quando li HP pela primeira vez.
Por que esse cara acredita que iriamos sentir vergonha, logo vergonha dentre tantas coisas?
Cara eu tenho vergonha de uma pá de coisas que fiz e que quase fiz, melhor deixar essas fora do texto, mas porque eu teria vergonha justo de ler?
Melhor deixar quieto, bem se vê que o QI desse loco é do tamanho de um piu piu de passarinho.
Eu sou bruxo, puro sangue e tenho muito orgulho disso.
O texto é muito bom, nostálgico, pois HP foi uma coisa que me acompanhou na minha infância, adolescência e hoje quase me tornando um adulto não sinto vergonha nenhuma de ler Harry Potter. Parabéns Aline *o*
ResponderExcluir