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quinta-feira, 28 de julho de 2011

[COLUNA] Um trasgo atrás da poltrona...

Um trasgo atrás da poltrona...

Todos nós estamos sobrevivendo bravamente à depressão pós batalha de Hogwarts. Esse sentimento de desolação não é novidade para nenhum potteriano, passamos por isso depois da leitura do sétimo livro (chorei pra caramba!), muitos estão com uma sensação de abalo emocional tão dolorosa que é como se o cidadão tivesse levado pó, pedra e feitiço na cara no meio do caos da guerra dentro e fora do castelo (Se você se meteu num 3D, teve essa sensação mesmo!). Vertemos lágrimas basicamente pelas mesmas cenas, uns e outros encontraram elementos emocionantes em pontos diferentes. A cena do escudo protetor sendo conjurado em torno da escola me emocionou muito e a expressão lívida, desgostosa e angustiada, triste mesmo, de Snape observado do alto do castelo os alunos marcharem no pátio sombrio no início do filme, me deu um nó na garganta. O fato é que o último filme da franquia HP e WB foi de tirar o fôlego, lágrimas e risos. Sim o riso estava presente. No meio do desespero houve oportunidades para o riso. O pobre fã não estava destinado a debulhar-se em lágrimas do início ao fim, pode-se naturalmente rir no meio de tanta dor e, como sei que ao longo dos últimos dias muito foi falado do aspecto pesaroso (que está queimando nossos corações e ainda marejando nossos olhos), não há nada melhor do que dar uma focada básica em momentos cômicos da adaptação do último filme. Hora de conjurar o patrono, galerinha!


A platéia riu ao ouvir Rony reclamar que a irmã (Gina Weasley) não o via há meses e não demonstrou saudades dele, só do Harry. Risos foram estimulados quando, após fervorosas saudações à chegada de Harry na sala precisa, perguntaram-lhe qual era o plano: “Temos que encontrar uma coisa que está aqui no castelo”, “ e o que é?”, Neville pergunta, “Não sabemos, mas deve ser algo pequeno (...) não temos muitas pistas”, “não tem pista nenhuma!” dispara Finnigan. Quando Luna toma a palavra, sinta o descrédito da menina: “ah, lá vem a Luna!” murmura Rony (pobre garota incompreendida... o chapéu seletor ainda tem discernimento, viu?). Momento de Filch entrando no grande salão com sua gata de estimação após uma das cenas mais tensas do filme (duelo McGonagall X Snape): “Alunos nos corredores! Alunos corredores!”, “Era onde eles deveriam estar seu grandessíssimo idiota!”, responde a professora de transfiguração. Acho que Minerva sempre quis passar um carão no Filch, já que ela não podia azarar Madame Norra como todo mundo sempre desejou. Outro trecho que, se não fez você sonorizar uma risada, ao menos fez um desenho de riso nos seus lábios: “Podemos mesmo fazer isso? A senhora está falando sério?” perguntou Neville incrédulo a McGonagall, “Sim, seriíssimo”, responde a professora com ar de riso. “Explodir tudo? Bum?”, “Sim, senhor Longbottom, bum!”. Na sequência, depois de dar vida à imensa coleção de armaduras do castelo, em uma das cenas que fez o nível de adrenalina do fã dar aquele salto, Minerva coloca um toque de humor no drama: “Eu sempre quis usar esse feitiço!”. Notaram que Molly Weasley, ao lado da professora McGnagall, permaneceu tensa pra caramba? Pareceu nem notar o comentário da colega de Ordem.


Quem não riu do Neville caçoando do exército de bruxos aliados de Voldemort que não conseguiam ultrapassar o escudo protetor de Hogwarts sem serem desintegrados? Não foi possível deixar de rir também quando, os mesmos bruxos que estancaram na borda do escudo, perceberam que a proteção tinha sido removida e avançaram pondo um Neville em desabalada carreira pela ponte. Seguindo com Longbottom, que garantiu risos a platéia: Harry sobe as escadarias encontra Gina e Neville: “vocês estão bem?”, Neville responde: “Estou ótimo, posso cuspir fogo! Onde está Luna? Preciso dizer que estou louco por ela, preciso fazer isso logo, pois amanhã poderemos estar todos mortos!”. Nisso a ficha de Harry e Gina, despenca: os dois se beijam (poderia ser a última oportunidade, né?). Sala precisa: Draco, acompanhado de seus amigos, tenta azarar Hermione que o desarmou antes que atacasse Harry, Rony parte enfurecido pra cima dos rapazes gritando: “Ela é minha namorada seus imbecis!”. Na sequência: “Corram! Corram! Crabbe está pondo fogo na sala!”.

FUDEEEU!

Ainda no calor da cena da sala precisa, Harry decide salvar Draco e seus asseclas. Rony grita: “Se morrermos por causa dele, eu mato você!”. A galera riu muito disso no cinema.


Longbottom novamente: após ser atingido por um feitiço lançado por Voldemort, desmaia com a espada de Gryffindor sendo lançada a poucos metros de seu corpo, minutos depois, desperta desnorteado no meio do caos do segundo round da batalha. Note a expressão desorientada do rapaz e o comensal em chamas sendo arremessado em câmera lenta aos fundos. Neville levanta como se o caos não estivesse instalado no salão principal, arrasta a espada consigo, enquanto isso, Rony e Hermione estão levando um baile de Nagini (ô cobrinha difícil!), num momento tenso, no qual Rony abraça a amiga (digo, namorada) e erra um último feitiço para protegê-los do bote da cobra desvairada, Neville chega e degola o bichinho de estimação de Voldemort como quem corta ramas em uma expedição, aí a gente despenca no drama pesado novamente. Depois de todo o quebra-quebra e de você está praticamente só o mingau no seu acento de tanto chorar e roer as unhas, surge o bônus: Filch tentando varrer a entrada do salão principal. Coitado do zelador, imagine a trabalheira de remover tanto entulho com uma vassoura? Só ele mesmo...

Papear no celular dentro do cinema? A bruxandade reprova!

Momentos de ódio eterno: depois de desejar escangotar Nagini com as próprias mãos, durante aquele doloroso, triste, terrível, cruel e injusto trecho da morte de Snape, você fica com vontade de lançar um Avada Kedavra no trasgo que sentou-se atrás da sua poltrona no cinema (e que certamente é um poser dos mais sacanas), com um celular hiperativo! Tive essa maldição atrás de mim! O cidadão simplesmente passou o filme inteiro recebendo ligações e batendo altos papos enquanto a galera sentia o mal ferver em suas almas a ponto de não permitir que se pensasse duas vezes em lançar um Cruciatus seguido do Avada Kedavra no infeliz. No final, quando Harry explica que a varinha das varinhas responde a ele e Rony pergunta: “o que nós vamos fazer com ela?”, a galera das imediações da fileira maldita respondeu: “Mata o trasgo desse cinema e desintegra o celular dele, por Merlin!”. Depois dessa, comprei ingresso para a sessão Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2, mais próxima para recuperar cenas danificadas pela desconcentração provocada pelo trasgo atrás da poltrona.

Aline Freitas

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por Gustavo D.

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