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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

[COLUNA] A importância do sofrimento

Olá, caro leitor. Depois do já usual desespero por falta de idéias, eis que, nessa terça-feira carnavalesca, eu e minha colega colunista, Jade Arbo – que também terá alguns de seus argumentos trazidos nesta coluna – estávamos discutindo métodos de criação de personagens e coisas desse tipo. Então chegamos num ponto que há algum tempo já é polemico dentro do nosso grupo: o “sofrimento” dos personagens. E é disso que essa coluna vem tratar.

Antes de tudo, gostaria de definir esse tal sofrimento. Quando alguém fala em sofrer, provavelmente o que vem à sua cabeça é aquele sofrimento no qual a pessoa fica em casa se lamentando, chorando, vendo filmes românticos e se entupindo de sorvete - O qual eu classifico carinhosamente como sofrimento à la Bella Swan. Entretanto, quando me refiro ao sofrimento, ele deve ser visualizado como produto de qualquer adversidade (de um corte no dedo até a morte de alguém querido) e então, a partir desse sofrimento, a um posicionamento e evolução (ou não, no caso da Bella) dos personagens.

Sofrer v.t. 1. Ser atormentado, afligido por. 2. Tolerar, aguentar. 3. Admitir. 4. Passar por, experimentar (coisa desagradável ou danosa) Int.5. Sentir dor física ou moral. (Aurélio)

Claro, nem todo o personagem que sofre se torna complexo, mas achamos que o sofrimento e a adversidade, quando bem-trabalhados, são fatores essenciais tanto para mostrar o personagem em suas diversas facetas, quanto para o seu crescimento. Mas aí você que me lê agora está pensando “o William enlouqueceu, o diabos isso tem a ver com HP?”. Então, ‘bora enquadrar no contexto da série.

A série é cheia de sofrimento. Comecemos pelo protagonista: o Harry sofre a ausência dos pais, a perseguição constante pelas “forças do mal”, a pressão da profecia ouvida pela Prof. Trelawney, a morte do padrinho. Esse sofrimento leva Harry a enfrentar seus medos, superar seu temperamento e crescer enquanto bruxo.

Outro exemplo é o Dumbledore. O fato de ter sofrido as consequências de seus próprios ideais quando jovem o fez evoluir, procurar conhecimento e usá-lo para o bem quando tornou-se mais velho.

Temos também o Lorde das Trevas. Apesar de sua psicopatia natural, a perda da mãe, a rejeição de seu pai e os anos passados no orfanato deram a ele uma proporção gigantesca às suas características naturais e o tornaram o vilão que é.

Não posso me furtar a dizer algumas palavras sobre o lindo, magnânimo, espetacular, Snape. Temos aí um dos personagens mais complexos de toda a série, e essa complexidade deve-se obviamente ao martírio pelo qual ele passou durante toda a vida. Primeiro a fdp, sem noção Lílian, que rejeitou o menino e também os idiotas dos marotos, que o faziam passar vergonha. O sofrimento de ter escolhido o caminho errado em decorrência desses eventos – juntamente com o sofrimento pela morte da Lílian – o tornaram o espião, o agente duplo, a criatura problemática que conhecemos. O sofrimento o tornou um dos personagens mais importantes para a história.

Uma coisa interessante na serie é o fato da JK apostar também no sofrimento do leitor. Ela cria um elo de empatia entre o personagem e nós, o que faz com que soframos junto com eles e

comemoremos em suas vitórias, o que talvez tenha sido o fator essencial para o sucesso da série.

Quem disse que o sofrimento é ruim, certamente não sabia o que estava dizendo.

Coluna conjunta de William e Jade.

por Gustavo D.

Um comentário:

  1. Alá nós dois, Will! *-*

    Queria saber a posição do pessoal quanto ao assunto? Sofrer: sim ou sim? :P

    ResponderExcluir