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sábado, 14 de janeiro de 2012

[LEIA!] Alan Rickman e Harry Potter: Uma Década de História

Ninguém zomba ou rosna como Alan Rickman e, olhando para trás na década cinematográfica de Harry Potter, seu Severo Snape se tornou a figura mais fascinante da franquia depois que o oitavo filme o revelou como um agente duplo motivado por um amor perdido.

De acordo com David Yates, o diretor os últimos quatro filmes “Potter”, houve uma aura parecida em volta de Rickman no set quando ele usava as vestes negras e carranca azeda de seu personagem mesmo quando as câmeras não estavam ligadas.

“Minha primeira reação ao Alan foi, ‘Uau, ele é realmente irritadiço e bem desagradável’ Yates disse durante uma visita recente a Los Angeles. “Mas há um método em sua loucura. Eu percebi que ele tem que ir para aquele lugar quando está no set. Quando finalmente o encontrei fora do trabalho, ele era um cara adorável. Porém, eu não sei se ele mostra isso pra todos. Eu acho que Alan é tímido, também – muito tímido, na verdade – e que ele acredita que sua arte deve ter um certo elemento misterioso. Ele não valoriza falar muito sobre ela ou dissecá-la.”

Talvez, alcançado por telefone em Nova York, Rickman estivesse mais do que a vontade para falar sobre sua afeição sobre a equipe criativa e o elenco Potteriano. Ele falou com carinho sobre as três jovens estrelas no centro desse épico mágico – Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint – e citou “a experiência única” de “assistir aos filmes junto ao crescimento das crianças” enquanto os anos tornavam a história mais sombria e a dinâmica do elenco evoluía.

“Pontuava minha vida todo ano porque eu estaria fazendo outras coisas, mas sempre voltava para aquilo e eu estava sempre certo de qual era meu papel na história mesmo que outros ao meu redor não soubessem,” Rickman disse. “Se estou triste? Um grande história tem início, meio e fim. O fim dessa história era bem popular e belamente julgado por Jo Rowling e David Yates, então não é motivo para tristeza; é razão para celebrarmos a maneira como tudo se encaixou tão bem.”

A odisséia de Rickman em Hogwarts foi única de uma maneira muito importante: No começo, anos antes do final da série literária, a autora de Harry Potter, JK Rowling, o levou para um canto e revelou o segredo da história de Snape, confiando em Rickman e apenas nele com uma das maiores reviravoltas da ficção popular contemporânea. Isto ajudou o ator a retratar Snape como algo mais complicado (e trágico) do que apenas um homem numa capa preta de vilão.

“Foi bem surpreendente, também, porque havia momentos quando um diretor diria para Alan o que fazer numa cena e ele diria algo como, ‘Não, eu não posso fazer isso – eu sei o que vai acontecer e você não,’” disse o produtor David Heyman. “Ele realmente entendia o personagem e agora, olhando para trás, você pode ver que havia sempre algo a mais – um olhar, uma expressão, um sentimento – uma dica daquilo que estava por vir… a sombra que ele lançava nos filmes é enorme e a emoção que ele demonstra é imensurável.”

Heyman, como Yates, admite achar que o “Rickman verdadeiro” é uma figura elusiva.

“Eu acho que muitas pessoas não entendem Alan Rickman e eu não tenho certeza se entendo,” o produtor disse, “mas o que eu posso afirmar é que com aquela voz e comportamento, às vezes, as pessoas o interpretam mal. Ele tem uma voz profunda e fala vagarosamente de forma que algumas pessoas podem confundir com arrogância – e não poderiam estar mais enganados. Ele é uma das pessoas mais generosas e um dos atores mais brilhantes que já conheci.”

No final, Snape se revelou um herói e agora os produtores de Harry Potter e aWarner Bros. esperam que Rickman possa fazer o mesmo por eles; o ator de 65 anos com treinamento clássico é a última esperança para trazer a primeira indicação ao Oscar numa categoria de atuação para a franquia.

Apesar de toda a magia das bilheterias de Harry Potter (os filmes arrecadaram no bruto 7.7 bilhões de dólares nas bilheterias ao redor do mundo e vendeu mais de 165 milhões de DVDs), o feitiço nunca funcionou nos eleitores da academia. A série tem apenas nove indicações ao Oscar até hoje e todas foram em categorias técnicas. Para espantar essa maldição, Warner Bros. alardeou uma esbanjosa campanha (que até incluiu cartazes em Los Angeles “Para sua consideração”) para persuadir os eleitores da Academia de Arte e Ciências que (como o último filme do “Senhor dos Anéis”) o final dessa mega-franquia de fantasia merecia alguma amorosa nominação e premiação.

Isso pode não estar nas cartas, mas se estiver, ninguém merece mais do que Rickman ou Maggie Smith (Minerva McGonagall), de acordo com Yates, que os elegeu como os melhores atores do elenco Potteriano. Isto quer dizer muito, considerando que neste conjunto estão os maiores destaques entre atores britânicos e irlandeses como Helena Bonham Carter (Bella Lestrange), Ralph Fiennes (Lord Voldemort), Kenneth Branagh (Gilderoy Lockhart), Gary Oldman (Sirius), Michael Gambon (Dumbledore), Jim Brodbent (Horácio Slughorn), John Hurt (Sr. Olivaras), Emma Thompson (Sibila Trelawney) e o finado Richard Harris (O primeiro Alvo Dumbledore) para citar apenas alguns.

Harris retratou Dumbledore nos dois primeiros filmes, mas sucumbiu a um linfoma de Hodgkin, em outubro de 2004. Gambon levou o bastão durante o resto da série e colocou sua própria impressão no personagem – havia menos rugas nos olhos, mas era mais visceral – e Rickman fez questão de sublinhar a importância de ambos os atores.

“Foi difícil perder Richard tão cedo, mas foi um grande presente encontrar Michael para pegar nas rédeas e um presente ter trabalhado com dois Dumbledores,” Rickman disse. “O resto do elenco se estabilizou. Você não via o elenco indo e vindo, só ficando mais alto.”

Como muitas das estrelas de Harry Potter, Rickman considerou trabalhar nos palcos em seu passado e (como Hurt, Fiennes, Gambon e Branagh) ele estudou na Academia Real de Arte Dramática. O teatro ainda acena para ele com a intensidade de estar numa “montanha-russa e um jogo de bola ao mesmo tempo” e desde o mês passado, Rickman tem estado na Brodway interpretando na nova peça de Theresa Rebeck,“Seminar”, em que ele retrata um novelista amargo com uma língua venenosa.

“É revigorante,” ele disse no tom apático tão conhecido pelos fãs de Harry Potter. “Parece que começamos há mais de três anos, mas eu acho que foi só uma semana. Ainda estamos aprendendo.”

Nas telonas, Rickman alternou-se fazendo filmes família e de arte, e também dramas que se encaixam no meio. Ele é bem conhecido por frequentadores de cinema em grandes projetos como “Duro de Matar”, “Robin Hood”, “Heróis Fora de Órbita”, “Sweeney Todd” e também trabalhou em filmes menos bombásticos como “Um Romance de Outro Mundo”, “Simplesmente Amor”, “Jogos de Ilusão”, “Michal Collins – O Preço da Liberdade” e “Razão e Sensibilidade” de Ang Lee.

Ele arrecadou vários prêmios por Rasputin da HBO – levou um Emmy, um Globo de Ouro e um Screen Actors Guild Award por interpretar o “monge maluco” numa antiga Rússia – e ele também se destacou de outra maneira como o diretor de “Momento de Afeto”, tanto na peça em West End, Londres e na versão cinematográfica que estrelava sua futura companheira Potteriana Thompson lá em 1997.

“Você tenta achar coisas que sejam desafiadoras e interessantes e esperançosamente será o mesmo para a audiência,” Rickman disse. “Por um lado, é interessante espalhar-se, mas depende também do que a audiência oferece. Agora mesmo, com essa peça, por exemplo, eu ouço risadas inacreditáveis toda noite e isso é um baú de tesouro. Ao mesmo tempo, às vezes, há um silêncio sepulcral, e este é um ótimo baralho para se receber.”

Quando se reflete sobre a carreira de Rickman, Snape provavelmente será considerado o Ás e o oitavo filme de Harry Potter será a mão vencedora – e esse será o caso, não importa o que aconteça nessa temporada do Oscar. Para o ator, o discurso que importa mais é seu agradecimento a Rowling por criar a tapeçaria complexa de um grande épico bruxo onde Snape é o ponto mais misterioso.

“É completamente atordoante que ela tinha aquilo tudo em sua cabeça,” Rickman disse. “Existe um rumor que diz que ela colocou o final num cofre de banco quando estava escrevendo o começo. Então ela manteve em sua cabeça, todos os sete livros. É de deixar boquiaberto, realmente. Quando começamos, ela só havia escrito três livros, então era como andar em duas estradas sem saber qual seria o final, mas tendo uma noção de como foi a vida daquele homem. Eu sabia que como Snape eu estava trabalhando como agente duplo, como é revelado, e era ótimo naquilo.” Rickman disse.

Tradução de uma entrevista de Rickman dada ao LA Times. Fiquem ligados no OG para mais novidades.

por Gustavo D.

Um comentário:

  1. Concordo! Alan Rickman realmente merece ganhar! *-* Estaremos torcendo pelo nosso Ranhoso... :3 uashs'

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