Resposta do prof° Snape aos detradores
“JK Rowling é mancomunada com o demônio, por isso faz tanto sucesso!”, “Harry Potter estimula a prática de satanismo e bruxaria”, “A maioria dos leitores de Harry Potter são praticantes de seitas relacionadas à feitiçaria”, “Harry Potter deveria ser banido!”. Não me azarem!!! Todas essas afirmações dignas do Profeta Diário em colunas assinadas pela “discreta” Rita Skeeter, são alguns dos absurdos que muitos de nós uma vez ou outra já ouviu por aí. Vai me dizer que nunca leu ou ouviu um sem noção fanático afirmar que os livros da série Harry Potter deveriam ir para a fogueira? Agradeçam a inexistência da censura literária no nosso país, caso contrário, mentes que elaboram esse tipo de afirmação distorcida teriam nos privado da maior e mais rica aventura de nossas vidas!
Vamos para o toma lá da cá, do jeito que eu gosto:
“JK Rowling é mancomunada com o demônio, por isso faz tanto sucesso!”: tá, então tudo que é bom é coisa do capeta? Francamente, caros detratores, meus hipogrifos saltitantes dos campos verdejantes do aquém noção dos fatos! É o seguinte, a mulher não conseguiu fama da noite para o dia, o livro não saiu da noite para o dia, foram anos, foram vários “nãos”, até que alguém, meio sem acreditar, resolveu dar um voto de valor e publicou o que pensavam ser um trabalho tristemente fadado ao fracasso. Adoro quando algo pelo que não se dava nenhum valor reviva com a força e a beleza de uma Fênix, mostrando-se tão imperecível quanto esse animal mitológico. Foi um “olé!” em quem não acreditava, e assim veio à ascensão, degrau por degrau do maior fenômeno literário britânico e mundial. Por que atribuir um sucesso suado ao tinhoso? A autora matou a onça e o capeta é quem tira fotos com ela? Temos uma obra divina e querem demonizá-la? JK foi e tem sido brilhante e obteve sucesso com muito esforço e talento! Não foi nenhum feitiço convocatório de fama, foi labuta árdua. Quando alguém afirmar que o sucesso da série HP é resultado de pacto demoníaco, mande o noob ir ler a biografia da autora em questão, com ênfase na década de 1990, antes de dizer abobrinhas.
“Harry Potter estimula a prática de satanismo e bruxaria”, “A maioria dos leitores de Harry Potter são praticantes de seitas relacionadas à feitiçaria”: Certa tarde recebi a visita de um amigo de faculdade, eu estava relendo o quinto volume da série (Harry Potter e a Ordem da Fênix), ele arregalou os olhos e sapecou a pergunta: “Você é praticante de bruxaria?”, sério, me segurei ao máximo para não rir, no fim, falhei miseravelmente e ri muito. Expliquei ao “inocente” rapaz que não necessariamente um potteriano era feiticeiro (quem dera se fôssemos bruxos...) ou praticante de rituais satânicos. Ele ficou mais calmo depois disso e me explicou que quando era criança teve a oportunidade de folhear o volume um (Harry Potter e a Pedra Filosofal), mas como era de família muito religiosa, não leu, pois o livro falava de bruxaria. Fiquei com pena dele, pois perdeu uma gostosa viagem no Expresso de Hogwarts, não atravessou o lago nos barquinhos de primeiranistas, não conheceu os professores, não tomou os sustos pelos corredores e escadas, não riu das travessuras de Fred e Jorge, não sentiu o sangue gelar quando Prof° Snape aparecia, nem achou graça do jeito desastrado de Neville, ou mesmo da mania que Simas Finnigan tinha de explodir caldeirões, não quis esganar Norra (gente, adoro gatos, não pensem mal), não sentiu a adrenalina dos jogos de quadribol... ah, os jogos de quadribol... Tudo isso por causa de preconceito. Uma coisa que as criaturas que correm “inocentemente” de uma das mais gostosas leituras do século deveriam pensar é: 90% (segundo a autora) do que está escrito ali é pura (e magnífica) ficção! “Non ecziste”! Como diria Padre Quevedo. Logo não está doutrinando ninguém à prática de bruxaria, quem desejar persistir em achar que Harry Potter contém bruxaria de verdade está cometendo um grave erro de percepção. Pergunte ao crédulo se ele acredita no coelhinho da páscoa também, pois só falta isso. Em nenhum ponto da obra há menção ao diabo ou uso da palavra “satanismo”, a autora, muito brilhantemente, absteve-se de traços caracterizadores de qualquer que seja a religião, tornando, por isso mesmo, o alcance das obras tão amplo, universal mesmo. Temos sim, nos livros, o uso das palavras “bruxo”, “bruxaria”, “feitiço”, “magia” entre outras correlatas. A associação de bruxaria e satanismo, na realidade, é um erro cristalizado na mente de muitos há séculos. Satanizar algo era e é uma arma para impor rejeição, medo ou mesmo ódio à determinada coisa. Por que alguém faria isso com Harry Potter? Simples: a série mostra o quanto bruxos e bruxas podem ser tão humanos quanto os não bruxos, o quanto uma sociedade poderia ser tão “normal” quanto à outra e o quanto há distorções sobre o tema. A saga mostra o bem e o mal onde tradicionalmente só se mostrava o mal. Para não quebrar a tradição de queima às bruxas, nada mais natural que demonizar o que quer que tente modificar a ideia demonizadora associada às bruxas.
É lógico que o fã pode desenvolver uma curiosidade pelo tema (bruxaria), mas nunca, em sã consciência, irá acreditar que a série trata de algo real. Levar os feitiços e rituais ao pé da letra como verídicos e eficazes é abusar muito, né? Fantasiamos-nos, floreamos gestos com varinhas (feitas de goiabeira, amoreira, jabuticabeira, o que der), temos os feitiços todos decorados na ponta da língua e nos divertimos muito com isso. Damos ar de seriedade, nos esforçamos muito para que pareça o mais real possível, mas sabemos distinguir o real do imaginário, o mundo trouxa e o mundo bruxo. Por que amamos Harry Potter? Esqueça aquela história de influência satânica, nós gostamos da série porque ela é divertida, bolas! É muito divertida! Mágica e encantadora! Além de ser uma enciclopédia fantástica, pois ao longo dos sete volumes, vemos o resultado de pesquisas exaustivas das quais saíram informações amplas sobre magia e mitologia mágica acumuladas de todos os contos de séculos, semelhantes em essência, e tudo isso em uma só saga. Se me pedissem para dar um segundo título para a série, eu não pensaria duas vezes: “Compêndio de mitologias gerais da humanidade”. Essa riqueza de elementos constitutivos da obra como um todo é parte gigantesca do sucesso de Harry Potter.
“Harry Potter deveria ser banido!”: a intolerância e o medo da novidade é que deveria ser banida. Já li artigos que acusavam JK de destruir o aspecto inocente dos contos de fada introduzindo na literatura infanto-juvenil uma história com bruxaria, demônios, ambientes tenebrosos mesclados com os elementos dos românticos contos de fadas que carregavam explicitamente “a moral da história”. Sim, os tradicionais contos de fadas têm o seu valor e utilidade no desenvolvimento dos pequenos leitores, mas JK trouxe uma inovação promovendo uma visão mesclada dos fatos, ou seja, nos contos tradicionais o herói é altamente bondoso e o vilão é mal por que ama ser mal, merece morrer e pronto. Em HP temos o que eles chamam de confusão, eu chamo de genialidade. A ala do bem deseja o bem, mas não deixa de ter defeitos e cometer erros, principalmente de julgamento, a ala dos vilões, são maus, mas não deixam de ter sentimentos, não escapam da possibilidade de redenção, de arrependimento. Temos a exposição da real natureza humana: a dualidade. Não somos perfeitos, somos luz e trevas, noite e dia, bem e mal. A obra, sem segundas intenções, deixa bem claro, entre outros maravilhosos ensinamentos, que “são as nossas escolhas que revelam o que somos ...”.
Coluna de Aline Freitas
por Gustavo D.
eu estou realmente virando fã da coluna da aline Freiats, ela escreve muito bem - ou sera a saga q por ser brilhante e sensacional transforma tudo ao su redor em coisas belas???
ResponderExcluirMeio Dan Brown, não?
ResponderExcluirMas parece genial! Ao tirar o nome que certo que foi inspirado em HP.